segunda-feira, 14 de maio de 2018

8ª Sinfonia de Brukner



O primeiro andamento é de um dramatismo insuperável, o peso da morte e o destino do homem estão expressos como nunca em música; a lenta conclusão é o espelho do nosso fim inelutável. O segundo andamento é mais nostálgico, com uma evocação dos ambientes rurais de origem do compositor. No terceiro andamento chegamos ao reino do sublime: um início lento e quase etéreo dá-nos a medida da transcendência plasmada em música; lamenta-se que a quase meia hora que dura este andamento chegue ao fim. Mas segue-se-lhe um tema apoteótico, empolgante, com que enceta o quarto andamento; o finale é um dos momentos mais sublimes da história sinfónica, com o crescendo orquestral a dominar completamente o auditor. Para o grande maestro Sergiu Celibidache, que dirigiu esta obra em Lisboa em 1994, perante um extasiado Coliseu, «a Oitava sinfonia é o zénite da escrita sinfónica», enquanto que para o grande compositor Hugo Wolf, ela é «a criação de um gigante, ultrapassando em dimensão espiritual e magnitude de concepção todas as outras sinfonias do Mestre». Gustav Mahler foi também um grande defensor da obra bruckneriana, sofrendo de resto grande influência do mesmo.


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